As contrações seguiram num ritmo bom, eu
fiquei quase todo o tempo no chuveiro, mas depois de umas 2 horas de água
quente comecei a me sentir cansada, não achava mais posição e rebolado que
aliviasse a dor. Saí do banho, me sequei e fui tentar descansar um pouco. Nesse
momento a dor começou a ficar um pouco mais intensa, então resolvemos chamar a
Zezé. Ela chegou lá em casa umas 5:00 e renovou minhas energias. Sugeriu
posições, rebolados, vocalizações e me vez uma massagem deliciosa nas costas
com óleo, mostrando também para o Pedro como fazer. Depois sugeriu que eu
voltasse para o chuveiro e ficasse me balançando na bola, para ajudar a Cecília
a descer. Ela fez uma alça com um lençol que ela prendeu no box para eu poder
me segurar e me pendurar um pouco também. Fiquei uns cinco minutos me
balançando na bola e senti a Cecília descer, achei que ela fosse nascer!
Coloquei a mãe na vagina e senti uma bola bem durinha já um pouco para fora,
pensei que fosse a cabeça!
A equipe médica não havia chegado ainda, na
verdade não havíamos chamado o Ricardo e a Zeza, só havíamos deixado eles de
sobreaviso. Mesmo assim eu estava muito calma, sabia que se ela fosse nascer,
ela nasceria. A Zezé pediu pro Pedro ligar pro Ricardo, pedindo que eles
viessem rápido, pois a Cecília já estava coroando. No meio da partolândia, meio
chorando, pedi pro Pedro ligar pra minha mãe, que ia viajar naquele dia,
dizendo para ela não ir que eu estava em TP. O Pedro ligou pra ela e disse que achava
melhor ela não viajar, pois eu estava sentindo algumas contrações.
A Zezé sugeriu que eu fosse pro quarto, mas
eu não queria sair do banheiro, estava muito quentinho ali. Então o Pedro
sentou na patente com as pernas abertas e eu sentei no colo dele, como se fosse
uma banqueta de parto. Ele ficou me fazendo carinho, apoiando minhas costas,
respirando junto e dizendo palavras de incentivo. Nisso, a Zezé viu que não era
a cabeça da Ceci que estava meio pra fora e sim a bolsa, cheia de líquido bem
transparente, que ainda não havia rompido. Após algumas contrações a bolsa
rompeu e eu comecei a sentir os puxos.
Então chegou o Ricardo e a Zezé. Trouxeram
a banqueta de parto e eu logo me acomodei na banqueta que foi colocada na
frente da patente. Estávamos em seis no banheiro. Eu na banqueta, atrás de mim
o Pedro me amparando e fazendo carinho, atrás do Pedro a Zezé, amparando o
Pedro. Na minha frente, sentada no chão a Zeza, que foi verificar os batimentos
da Ceci, e atrás da Zeza o Ricardo, tirando fotos e filmando. Os puxos vinham
fortes e eu tinha muita vontade de fazer força, era uma coisa louca,
involuntária. A Zeza dizia pra eu tentar não fazer força, só respirar, ela
também começou a fazer compressa quente com oléo no meu períneo, que ajudou
muito na ardência que eu comecei a sentir, o famoso círculo do fogo. Acho que
foram uns 5 puxos e eu comecei a sentir câimbra no pé. A Zeza sugeriu que eu me
levantasse um pouco e me segurasse no suporte das toalhas. Foi o que fiz e
então, veio outra contração muito forte e senti a Cecília deslizando de dentro
de mim, todinha de uma só vez. Foi um prazer enorme!
A Zeza pegou a Cecília e enrolou numa
fralda e me entregou aquele pedacinho de gente, quentinho! A Cecília estava
sorrindo, linda! A placenta saiu logo em seguida, com mais uma contração. A
Ceci só começou a chorar por causa do frio que estava. Nasceu bem magricelinha,
com 2.980 g,
50cm, as 8:45, com 39 semanas e 1 dia.