28 de mar. de 2015

Relato de parto 4/4

Terminando o relato!

As contrações seguiram num ritmo bom, eu fiquei quase todo o tempo no chuveiro, mas depois de umas 2 horas de água quente comecei a me sentir cansada, não achava mais posição e rebolado que aliviasse a dor. Saí do banho, me sequei e fui tentar descansar um pouco. Nesse momento a dor começou a ficar um pouco mais intensa, então resolvemos chamar a Zezé. Ela chegou lá em casa umas 5:00 e renovou minhas energias. Sugeriu posições, rebolados, vocalizações e me vez uma massagem deliciosa nas costas com óleo, mostrando também para o Pedro como fazer. Depois sugeriu que eu voltasse para o chuveiro e ficasse me balançando na bola, para ajudar a Cecília a descer. Ela fez uma alça com um lençol que ela prendeu no box para eu poder me segurar e me pendurar um pouco também. Fiquei uns cinco minutos me balançando na bola e senti a Cecília descer, achei que ela fosse nascer! Coloquei a mãe na vagina e senti uma bola bem durinha já um pouco para fora, pensei que fosse a cabeça!
A equipe médica não havia chegado ainda, na verdade não havíamos chamado o Ricardo e a Zeza, só havíamos deixado eles de sobreaviso. Mesmo assim eu estava muito calma, sabia que se ela fosse nascer, ela nasceria. A Zezé pediu pro Pedro ligar pro Ricardo, pedindo que eles viessem rápido, pois a Cecília já estava coroando. No meio da partolândia, meio chorando, pedi pro Pedro ligar pra minha mãe, que ia viajar naquele dia, dizendo para ela não ir que eu estava em TP. O Pedro ligou pra ela e disse que achava melhor ela não viajar, pois eu estava sentindo algumas contrações.
A Zezé sugeriu que eu fosse pro quarto, mas eu não queria sair do banheiro, estava muito quentinho ali. Então o Pedro sentou na patente com as pernas abertas e eu sentei no colo dele, como se fosse uma banqueta de parto. Ele ficou me fazendo carinho, apoiando minhas costas, respirando junto e dizendo palavras de incentivo. Nisso, a Zezé viu que não era a cabeça da Ceci que estava meio pra fora e sim a bolsa, cheia de líquido bem transparente, que ainda não havia rompido. Após algumas contrações a bolsa rompeu e eu comecei a sentir os puxos.
Então chegou o Ricardo e a Zezé. Trouxeram a banqueta de parto e eu logo me acomodei na banqueta que foi colocada na frente da patente. Estávamos em seis no banheiro. Eu na banqueta, atrás de mim o Pedro me amparando e fazendo carinho, atrás do Pedro a Zezé, amparando o Pedro. Na minha frente, sentada no chão a Zeza, que foi verificar os batimentos da Ceci, e atrás da Zeza o Ricardo, tirando fotos e filmando. Os puxos vinham fortes e eu tinha muita vontade de fazer força, era uma coisa louca, involuntária. A Zeza dizia pra eu tentar não fazer força, só respirar, ela também começou a fazer compressa quente com oléo no meu períneo, que ajudou muito na ardência que eu comecei a sentir, o famoso círculo do fogo. Acho que foram uns 5 puxos e eu comecei a sentir câimbra no pé. A Zeza sugeriu que eu me levantasse um pouco e me segurasse no suporte das toalhas. Foi o que fiz e então, veio outra contração muito forte e senti a Cecília deslizando de dentro de mim, todinha de uma só vez. Foi um prazer enorme!
A Zeza pegou a Cecília e enrolou numa fralda e me entregou aquele pedacinho de gente, quentinho! A Cecília estava sorrindo, linda! A placenta saiu logo em seguida, com mais uma contração. A Ceci só começou a chorar por causa do frio que estava. Nasceu bem magricelinha, com 2.980 g, 50cm, as 8:45, com 39 semanas e 1 dia.

27 de mar. de 2015

Relato de parto 3/4

...
No domingo eu e minha mãe terminamos de fazer o enfeite pra porta com o nome da Cecília e eu coloquei uma foto no facebook dizendo "agora ela pode nascer". Mal sabia eu que a Cecília tinha ouvido o chamado. Na segunda completei 39 semanas e fui trabalhar normalmente. Tinha planejado trabalhar somente pela manhã naquela semana para gastar meu banco de horas e começar a diminuir o ritmo. O Pedro também estaria em casa pela tarde e aproveitamos o dia frio e chuvoso para ficarmos aconchegados em casa. Com toda a chuva faltou luz e ficamos assistindo um seriado no que restava da bateria do notebook. Comecei a sentir algumas contrações e a cada contração eu olhava o tempo do seriado, sentia contrações indolores de mais ou menos 15 em 15 minutos. Fiquei super feliz por estar sentindo contrações de treinamento, que quase não havia sentido ainda. Pensei, é o meu corpo se preparando, mas nem pensei que podia ser o início do TP. Depois acabou a bateria e resolvemos ler um livro que uma amiga tinha emprestado "o que esperar quando você está esperando", não tinha ficado com vontade de ler antes, pois ele falava da gestação mês a mês e citava muitos sintomas e eu pensei que podia ficar paranoica ou ansiosa., mas naquele momento foi ótimo, lemos o capítulo que falava sobre trabalho de parto, foi ótimo rever o que já tínhamos estudado.
A tardinha a luz voltou, comemos e nos arrumamos pra ir na última aula do curso de gestantes que a equipe de parto oferecia. A aula era das 20h as 22h. Lá comentei que estava sentindo algumas contrações, mas ninguém deu bola (nem eu), pois estava muito bem. No fim da aula começou a ficar desconfortável ficar sentada e resolvi começar a me mexer um pouco, aliviando o incomodo que eu estava sentindo.
Terminou a aula e fomos pra casa. Chagamos, nos arrumamos e fomos deitar bem aconchegados para nos esquentar. Comecei a acordar de tempo em tempo com uma pequena cólica, assim que passava eu dormia novamente, era como uma cólica menstrual fraquinha no baixo ventre. Depois de um tempo acordando resolvi ver de quanto em quanto tempo estavam, a cada acordada eu marcava num aplicativo que eu tinha baixado no celular. Depois de um tempo, vi que estavam de 5 em 5 minutos, as vezes de 4 em 4. Lembrei que o melhor era tomar um banho bem quente e demorado, tinha certeza de que não era TP, pois ainda era muito cedo pra Cecília chegar. Acordei o Pedro pra ele arrumar o chuveiro que tava vazando água gelada no meio da água quentinha e me fui pro banho. Já que tinha acordado, o Pedro resolveu ficar comigo pra ajudar a marcar as contrações. Eu avisava quando vinha e quando ia e a impressão que eu tinha é que estavam mais espaçadas. Fiquei um bom tempo no chuveiro, e o Pedro me disse que estavam de 4 em 4 minutos e as vezes de 3 em 3 e eu ainda achando que não era TP.
Eu conseguia raciocinar muito bem ainda e a dor era bem tranquila. Me deu vontade de fazer coco, fui pro vaso fiz coco e junto saiu o tampão. Uma bola de muco e as contrações continuavam bem ritmadas e eu ainda sem acreditar que a Cecília estaria nos meus braços em pouco tempo. Hehehehe!
Resolvemos avisar a equipe médica, eram 2:00 do dia 27/08/2013. O Pedro ligou para o Ricardo que atendeu no segundo toque, o Pedro sempre comenta que ficou impressionado com a rapidez que ele atendeu e que não parecia estar dormindo pelo tom de voz. Ele nos orientou a ligar pra Doula Zezé, que ela viria primeiro ver como estávamos e assim que fosse necessário ele e a Zeza viriam. Ligamos pra Zezé, que disse para eu continuar me mexendo, usar e abusar do banho quente, já que fazia muito frio e para ficarmos os dois (eu e o Pedro) curtindo o momento juntos. Esse sempre foi o meu desejo durante a gestação, de que durante o trabalho de parto, estivéssemos somente eu e o Pedro, num ambiente bem íntimo, e assim foi.

26 de mar. de 2015

Relato de parto 2/4

Continuando...

Minha gestação foi super saudável, logo no início conheci a doula Zezé através do GAPP nascer sorrindo e comecei a fazer yoga para gestantes com ela. As aulas de yoga foram muito bacanas, pois o primeiro momento (que as vezes se estendia durante quase toda aula) era de conversas e trocas entre as barrigudas futuras mães, no meu caso ainda nem tinha barriga quando comecei a ir nas aulas. Cada uma contava como tinha sido sua semana, o que tinha sentido de diferente, seus planos e suas angústias, tudo orientado pela carinhosa doula Zezé.
O Pedro me acompanhou em todas as consultas do pré-natal e sempre foi super interessado, fazendo perguntas e ajudando nas escolhas. As primeiras consultas foram com a GO do convênio que eu ia há bastante tempo. Ela é vaginalista, a favor do parto normal, porém cheio de intervenções. Disse pra mim que sem anestesia ela não faria o parto, pois eu não aguentaria. Assim, fui em busca de outros médicos.
Me consultei com a Ana Cláudia Codesso, GO super bacana, que atente partos humanizados hospitalares. Gostei muito das consultas e das conversas que tivemos com ela, porém ela não assiste parto pélvico, o que me deixava um pouco insegura de ter que estar na posição "certa" para nascer. Além disso, com todo o meu estudo prévio eu tinha muita vontade de ter um parto domiciliar, mas tinha um pouco de receio de assumir essa vontade. Até que tive a oportunidade de assistir o filme Parto Orgásmico (Orgasmic Birth), um filme lindo que mostra alguns partos em lugar diversos, no hospital, em casa de parto, no pátio de casa, na sala. Assim que terminamos de assistir o filme eu e o Pedro ficamos conversando e cada vez mais nos convencíamos de que o parto domiciliar era uma boa escolha e que iríamos atrás dessa possibilidade.
Tomei coragem e marquei consulta com o Ricardo Jones. Fomos a consulta, eu um pouco envergonhada, com misto de admiração. Já que havia lido os livros dele, relatos de parto que foram acompanhados por ele, quando cheguei quase pedi um autógrafo (!!!). Adoramos a consulta, que é feita por ele e sua esposa, a Zeza, que é enfermeira obstétrica, uma pessoa muito querida e acolhedora. Saímos do consultório com a certeza de que seriam eles que nos acompanhariam e que seria um parto domiciliar.
Resolvemos que não contaríamos para ninguém dos nossos planos, para não ter que ficar dando explicações. Os únicos que sabiam eram meus pais, que apesar de ficarem um pouco receosos, sempre nos apoiaram.
Assim foram passando as semanas, a barriga crescendo e nós muito tranquilos com a nossa escolha. As pessoas perguntavam onde a Cecília nasceria e nós sempre contávamos nosso plano B, que era o hospital Divina Providência, em Porto Alegre.
Desde o início da gestação eu achei que chegaria as 41 ou 42 semanas, pois eu nasci com 42 semanas de cesariana, sendo que minha mãe não entrou em TP. Com isso em mente, eu estava super tranquila e relaxada esperando a Cecília pro meio de setembro. Eu também não tinha nenhum "sintoma" de que o TP estaria próximo, estava cheia de energia, barriga alta, não sentia quase nenhuma contração. Com todo esse histórico, planejei entrar em licença maternidade quanto completasse 40 semanas, pra não gastar muito a licença, mas ter um tempinho pra organizar algumas coisas, dar um descansada e curtir a despedida da barriga.

25 de mar. de 2015

Relato de parto 1/4

Depois de quase 1 ano e 7 meses, aproveito esse espaço para publicar meu relato de parto, do desejo ao nascimento da Cecília. Como ficou um pouco extenso, vou publicar em 4 partes.

A história do meu parto inicia muito antes de eu ficar grávida.
Das minhas convicções: sempre quis ser mãe, sempre achei que o parto normal era a melhor forma de trazer crianças ao mundo e sempre me imaginei mãe de menina.
Quando comecei a namorar o Pedro, tive mais uma certeza, de que ele era o homem para dividir minha vida, para ser meu companheiro e ser pai dos meus filhos, um homem doce, sensível e com ideais de vida muito semelhantes aos meus.
Apesar dessas certezas, ser mãe parecia algo muito distante. Mas aos poucos começou a a brotar dentro de mim um sentimento muito forte de querer criar, educar, cuidar e amar alguém de uma forma que eu desconhecia, uma vontade muito louca de ser mãe, que iniciou com uma amiga muito querida me contando da notícia da sua gravidez. Essa vontade foi crescendo, crescendo, e tomando forma e se transformando em conversas com o marido e planos para um futuro próximo.
Essa amiga, a Anna, estava morando no Peru e lá, fez um curso de capacitação para atuar como doula, assim eu comecei a conhecer o que era uma doula e qual era o seu papel para uma gestação, um parto e um puerpério saudáveis.
Ainda tinham algumas pendências práticas que eu queria resolver antes de começar as tentativas para engravidar, como terminar o mestrado e ser chamada em um concurso público que eu havia sido aprovada. Além disso, o marido ainda não estava bem certo de que estava pronto para assumir seu papel de pai. Enquanto todas essas questões se resolviam, eu devorava informações sobre parto natural, parto humanizado, o papel das doulas, lia e relia relatos de parto e começava a conhecer os profissionais que atuavam com essa filosofia aqui em Porto Alegre.

No fim de 2012, eu já estava trabalhando no meu novo emprego, o Pedro já se encantava com o mundo do parto humanizado que eu ia mostrando pra ele (mesmo antes de engravidar!!!), e assim foi ficando com aquela vontadezinha de se aventurar no mundo da ma/paternidade. Resolvemos que já estava na hora de embarcamos juntos em mais essa aventura! No primeiro mês de tentativas, nossa sementinha já se implantou e começou a crescer na minha barriga. Foi um misto de alegria e medo com o que estava por vir.

23 de mar. de 2015

Curtindo os primos

Esse final de semana que passou fomos visitar a bisavó Neuza, minha avó materna.
A bisa contou pra ela a história do sapo e do grilo que ela adoora. Além disso, a Ceci curtiu muito os "pimos" "Fenaanndo" (Luis Fernando) e "Isa" (Eloisa) que encheram ela de carinho e atenção. Acho que a Ceci pensou que estávamos na praia, já que em fevereiro passamos dez dias em Floripa, junto com os primos. Então associou, viajar e encontrar os primos com praia. Ela perguntou várias vezes pelo mar e pela areia enquanto estávamos lá.

Fazendo cafuné no primo.

Brincando de papá com a prima e a vizinha.


18 de mar. de 2015

Lanche da tarde

Hoje o lanche da tarde foi seleta de frutas orgânicas. Laranja do céu, bergamota e goiaba da casa da vovó e do vovô e melão, banana e abacaxi da feirinha. Ceci ama frutas! Foi o maior sucesso!


13 de mar. de 2015